Senador Aécio Neves: "A presidente enviou um cheque sem fundo ao Congresso"


Aécio : "A presidente enviou um cheque sem fundo ao Congresso" 


Defesa pública de Levy por Dilma fragiliza mais o ministro, diz Aécio

Na manhã desta quarta, presidente afirmou que ministro da Fazenda "não está desgastado" e nem "isolado" dentro do governo

FOLHAPRESS
Presidente do PSDB, o senador Aécio Neves (MG), disse nesta quarta-feira (2) que o fato de a presidente Dilma Rousseff ter sido pressionada a fazer um desagravo público ao ministro da Fazenda, Joaquim Levy, fragiliza ainda mais a permanência dele no cargo.

Na manhã desta quarta, Dilma afirmou que Levy "não está desgastado" e nem "isolado" dentro do governo. "Isolado de mim ele não está", disse.

"O ministro Levy não está desgastado dentro do governo. Ele participou conosco de todas as etapas da construção desse Orçamento. Ele tem o respeito de todos nós", completou.

Nos últimos meses, o ministro da Fazenda tem travado diversos embates com Nelson Barbosa (Planejamento) nas tomadas de decisões para a condução da política econômica do governo e, na maioria das vezes, tem saído derrotado. Levy não queria, por exemplo, ter apresentado a proposta de
Orçamento para 2016 ao Congresso com um deficit inédito de R$ 30,5 bilhões. Mas foi voto vencido.

"Hoje a presidente veio a público dizer que seu ministro da Fazenda está prestigiado. Ela, com isso, apenas fragiliza ainda mais o ministro da Fazenda que vem tendo a sua ortodoxia quebrada a cada instante por aquela velha visão da matriz econômica que conduzia o governo nos últimos anos", afirmou Aécio.

O tucano afirmou que a oposição continua a defender que o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-RS), devolva a proposta de Orçamento da União para 2016 apresentada pelo governo ao Congresso nesta semana para que o governo a reencaminhe com as propostas para que ela possa ser equilibrada. Aécio classificou peça orçamentária como um "cheque sem fundo".

"Para simplificar, diria que o sentimento nosso é de como se nós tivéssemos recebido um cheque sem fundo. E o que você faz quando recebe um cheque sem fundo? Você devolve esse cheque", disse.

No entanto, Renan já disse nesta terça que não aceitará o pedido da oposição. Nesta quarta, o peemedebista chegou a admitir que o Congresso pode ajudar o governo a encontrar saídas para reduzir o deficit de R$ 30,5 bilhões no Orçamento mas ressaltou que a responsabilidade não é do Legislativo.

"Cabe ao Executivo propor e eu cobrarei em todos instantes que o Executivo proponha. Mas o Congresso ele tem a responsabilidade de apreciar o Orçamento, de qualificar o Orçamento se o Congresso encontrar saídas, melhor. Mas o Congresso não tem a responsabilidade disso", disse.

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